quarta-feira, 18 de julho de 2012

Moradores batizam rua de “Travessa do Lixo”



Na Travessa Mestre Lucarino, nas Rocas, ao lado da Escola Municipal Presidente Café Filho o lixo já toma de conta de boa parte da rua. Foto: Wellington Rocha
Se não bastasse o acúmulo de lixo pelas ruas da cidade, agora o lixo prejudica, também, os estudantes da Rede Municipal de Ensino. Isto porque algumas calçadas e muros de escolas municipais da zona Leste de Natal estão servindo de depósito de lixo, formando verdadeiros lixões a céu aberto. É o que acontece com as Escolas Municipais Presidente Café Filho, nas Rocas, Escola Santos Reis, em Santos Reis e na Escola Professora Mareci Gomes, no Paço da Pátria.
Na Travessa Mestre Lucarino, nas Rocas, ao lado da Escola Municipal Presidente Café Filho o lixo já toma de conta de boa parte da rua, já que segundo moradores, as duas caçambas que tinha no local foi retirada. Lixo doméstico, podas de árvores, entulhos e metralhas se espalham pela via. Na manhã desta terça-feira (17), apenas um gari estava no local para, segundo ele, organizar o lixo e evitar que ele se espalhe pela rua. “O carro já passou hoje, mas a situação aqui sempre assim. Aqui não falta lixo. É todo dia do mesmo jeito, ou até pior”, relatou o gari que não quis se identificar.
Na Escola, ninguém quis se pronunciar a respeito do assunto, no entanto o vigilante Valter de Oliveira Souza, que mora próximo a escola, conta que, inúmeras vezes, as aulas já foram suspensas, pois é impossível os alunos assistir aula e conviver com a fedentina. “A quantidade de moscas na região é insuportável. Impossível assistir aula, impossível ficar em casa e na hora das refeições a situação fica mais complicada ainda”, destaca o vigilante. Segundo ele, a irregularidade na coleta de lixo no bairro das Rocas tem contribuído para o acúmulo de lixo em algumas regiões.
O funcionário público Erivan Luiz Costa conta que o problema de acúmulo de lixo nas proximidades da escola municipal é antigo, mas que se agravou após a Prefeitura de Natal atrasar o pagamento do aluguel das duas caçambas terceirizadas que tinha na área, fazendo com que as pessoas depositassem o lixo em via pública.
“Esta área recebe toda descarga da fedentina das Rocas e sem as caçambas a situação piorou, além disso, os carros coletores que deveriam passar três vezes por semana, não estão passando. Com isso, estamos obrigados a conviver com o mosqueiro e com a fedentina. Esta rua não tem nome, mas a batizamos de Travessa do Lixo”, disse Erivan.
Erivan acredita que tanto a Prefeitura de Natal, quanto a população precisa fazer sua parte para solucionar o problema. “A prefeitura precisa pagar regiamente os carros coletores e fazer uma coleta regular de lixo, além disso, a conscientização da população também é muito importante”, disse. O funcionário público propõe que a área pudesse ser mais bem utilizada como forma de evitar o despejo de lixo. Ele conta que no local poderia ter dois quiosques de lanchonete e artesanato, além de uma parte arborizada. “Para resolver este problema, poderíamos ocupar a região como área de lazer”.
No muro da Escola Municipal Santos Reis, nem mesmo as placas de advertência impedem que seja formado um lixão no local. Em dez minutos que a reportagem esteve no local, quatro carroceiros, desrespeitaram a placa “Proibido colocar lixo. Sujeito a multa. Lei 4.748/96″, e despejaram várias sacolas com dejetos e entulhos no local.
Dois garis da empresa Líder estavam no local para “organizar” o lixo. Francisco Macena trabalha como gari há anos e conta que a situação está cada vez pior. “A coleta não está regular e as pessoas também não têm consciência de deixar o lixo nas suas portas para que os carros coletores possam passar e levar. Deixar o lixo aqui não resolve o problema, apenas cria mais um. A quantidade de insetos e roedores é grande, além disso, é um ambiente ideal para a criação do mosquito da dengue”, disse o gari.
Ontem a reportagem de O Jornal de Hoje esteve na Escola Municipal Mareci Gomes, no Paço da Pátria, e constatou situação é semelhante. De acordo com a diretora, Maria Aparecida Barbosa do Amaral, o problema já é de conhecimento da Secretaria Municipal de Educação e da Urbana. Ela conta que já procurou a Promotoria de Defesa da Educação para apresentar o problema, e que esta encaminhou a situação para a Promotoria de Defesa do Meio Ambiente para que fossem tomadas as devidas providências.
Maria Aparecida disse que a Escola terá que passar por uma reforma para a colocação de telas nas janelas da cozinha, pois como ela fica próxima ao muro onde fica o lixão, a presença de moscas é constante. “Durante todo o dia, a cozinha é cheia de moscas e as cozinheiras são obrigadas a cozinhar a alimentação das crianças em meio às moscas”, disse.
Além disso, a diretora teme que o chorume oriundo do lixão danifique a estrutura do muro. “Tememos que este lixo apodreça a estrutura do muro e que, com as chuvas que vem caindo, a situação se agrave ainda mais levando o muro a desabar”, teme a Maria Aparecida.
Urbana
O Diretor de Operações, Mounarte Brito garantiu que a Companhia de Serviços Urbanos de Natal (Urbana) faz a limpeza rotineiramente na região, passando pelo menos duas vezes por semana, com o carro coletor, afirma que o acúmulo de lixo nas duas localidades é um problema sério de depósito irregular.
“Estamos estudando uma forma de solucionar o problema definitivamente, mas vamos mandar uma equipe a partir de amanhã para começar a fazer a limpeza. E a partir de agora, vamos passar a fazer uma fiscalização mais rigorosa na região, fazendo a limpeza pelo menos uma vez por semana, para evitar o acúmulo”, disse.
Em relação às caçambas que foram retiradas do local, Mounarte Brito disse que o contrato emergencial que foi feito com as empresas terminou, e seguindo uma recomendação do Ministério Público de não realizar mais contratos emergenciais, abriu-se licitação para a contratação de uma nova empresa. Mounarte conta que o contrato com a nova empresa deve ser assinado nos próximos 15 dias.
Fonte: JH

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