A Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados vai encaminhar esta semana ao Conselho Nacional de Educação (CNE) uma proposta de inclusão da Guerrilha do Araguaia nos currículos escolares de História. A proposta surgiu durante a audiência pública, realizada na última terça-feira (10), da Comissão Parlamentar de Memória, Justiça e Verdade, a partir de sugestão de Sezostrys Alves da Costa, diretor da Associação dos Torturados da Guerrilha do Araguaia.
O presidente da CDH, deputado Domingos Dutra (PT-MA), avalizou a ideia. “É muito importante que as novas gerações possam conhecer o que aconteceu no Brasil durante a ditadura. Nesse sentido, a Guerrilha do Araguaia é um dos episódios mais emblemáticos e, ao mesmo tempo, menos conhecidos daquele período”, disse Dutra.
A deputada Erika Kokay (PT-DF) também considerou importante a sugestão. “É preciso incluir nos currículos das escolas brasileiras a verdade e a memória sobre aquela etapa histórica da ditadura. Precisamos nos apropriar da nossa história, e a Guerrilha do Araguaia é um dos marcos daqueles tempos em que a democracia foi sufocada”, afirmou a parlamentar.
“Naquela época, a ciência, a arte, a cultura e a educação estavam sob o tacão das forças de repressão. Do pouco que se sabe sobre a Guerrilha, prevalece o olhar dos militares. Por isso, os livros precisam resgatar a memória do que aconteceu naquele período, sob a ótica de quem lutou pela democracia, e não apenas de quem a sequestrou”, completou Erika Kokay.
O ano de 2012 está sendo lembrado pelo marco dos 40 anos do início dos combates da Guerrilha do Araguaia. Atualmente, familiares buscam os restos mortais dos cerca de 70 desaparecidos políticos – guerrilheiros e camponeses que aderiram ao movimento – sem registro oficial de paradeiro.
Fonte: Informes PT
apud P. Vermelho
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