sexta-feira, 13 de abril de 2012

Cine-fórum relembra 10 anos da tentativa de golpe na Venezuela

A Embaixada da Venezuela e o Centro de Estudos Cubanos (Nescuba) promoveram, na noite desta quinta-feira (12), em Brasília, cine-fórum sobre o processo democrático na Venezuela e o papel da mídia. Nesta data, completam-se 10 anos da tentativa de golpe de Estado, apoiada por meios privados de comunicação, que sequestrou, por 46 horas, o presidente Hugo Chávez. 


Cine-fórum relembra 10 anos da tentativa de golpe na Venezuela
Após exibição do documentário, houve debate sobre o tema com o embaixador da Venezuela e jornalista da Telesul. 
O evento, no campus da Universidade de Brasília (UnB), em Planaltina, exibiu o documentário A Revolução Não Será Televisionada, filmado e dirigido pelos irlandeses Kim Bartley e Donnacha O'Briain, sobre os acontecimentos do golpe. Em seguida, o público debateu o tema com o embaixador da Venezuela, Maximilien Arvelaiz, e com o jornalista e membro da junta diretiva da Telesul, Beto Almeida.

“Essa atividade marca uma data importante para a Venezuela e para toda a América Latina. Há exatamente 10 anos, a população conseguiu reverter um golpe de Estado inconstitucional contra um presidente eleito democraticamente nas urnas. É importante compartilhar essa experiência com estudantes e o público de Brasília em geral”, ressaltou o embaixador da Venezuela no Brasil.

O evento também acontece no marco do processo que busca criar a Cátedra Internacional Simon Bolivar, Martí e Sandino: pensadores emancipadores dos povos do sul, pelo Núcleo de Estudos Cubanos, com o apoio da Embaixada. A criação da Cátedra está em processo de negociação com a UnB.

Entenda o golpe:

Em 11 de abril de 2002, as principais redes de televisões privadas convocaram uma greve geral contra o governo de Hugo Chávez. As tensões se deram em torno da administração da estatal petroleira PDVSA que, a partir da eleição de Chávez, priorizava os recursos da empresa para programas sociais do governo. Duas figuras centrais da oposição comandavam a greve: os empresários e presidentes de organizações patronais Pedro Carmona e Carlos Ortega.

Simpatizantes do governo e oposicionistas foram às ruas e o sinal das redes de televisão estatais foi cortado. Informações só eram transmitidas pelos canais privados.

Na madrugada do dia 12 de abril, Chávez é detido e permanece incomunicável por 46 horas. Pela televisão, Pedro Carmona anuncia uma falsa renúncia do presidente Chávez; anula a Constituição, criada por uma Assembleia Constituinte, em 1999; demite todos os membros do governo e assume o comando de um “governo de transição”.

A população indignada foi às ruas e cercou as imediações do Palácio Miraflores. O golpe foi derrotado, no dia 13 de abril, pela pressão popular, pela reação de militares fiéis a Chávez e pelo isolamento internacional dos rebeldes. O único país a saudar explicitamente os golpistas haviam sido os Estados Unidos. Chávez retorna à Miraflores e é recebido e ovacionado por milhares de pessoas.

De Brasília
Com informações da Embaixada da Venezuela
Apud P. Vermelho


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