terça-feira, 10 de abril de 2012

Carla Ubarana isentou de culpa outros três réus



Júlio Pinheiro - repórter

O vídeo dos depoimentos da ex-chefe da Divisão de Precatórios do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte Carla Ubarana mostra que a servidora pública isentou de culpa Cláudia Sueli Silva de Oliveira Costa, Carlos Alberto Fasanaro e Carlos Eduardo Palhares, além de Tânia Maria, no esquema de desvio de verbas referentes aos precatórios do TJ. De acordo com Carla Ubarana, as contas de todos foram utilizadas sem que eles soubessem do esquema.

No depoimento prestado à Justiça, Carla Ubarana informou que foi convidada para a Divisão de Precatórios do TJ em 17 de janeiro de 2007. Ela recebeu uma ligação do advogado Felipe Cortez perguntando se a servidora tinha interesse em assumir a função. Ela confirmou que tinha interesse, mas a própria Carla Ubarana disse que já havia sido nomeada antes mesmo de responder ao questionamento.

Em reunião com o desembargador Oswaldo Cruz, então presidente do TJ, Carla Ubarana disse que ouviu o pedido de que fosse realizado um levantamento sobre o setor. Carla Ubarana explicou que havia quebra de ordem no pagamento de precatórios. Oswaldo Cruz, segundo ela, mandou obedecer rigorosamente a ordem dos pagamentos. "De janeiro de 2007 até o dia em que eu saí (da Divisão de Precatórios) não houve quebra de ordem", garantiu carla Ubarana. 

A discussão sobre as fraudes, no entanto, teve início depois. Sem precisar a data, Carla Ubarana explicou que, após o início do convênio entre Banco do Brasil e TJ, ela teve conhecimento de que havia R$ 1,6 milhão em conta do Banespa e que não havia nenhum processo específico para a utilização. A partir disso, ela teve conversa com Oswaldo Cruz, que teria questionado "o que se poderia fazer com o dinheiro". "O que o senhor quiser", teria dito Carla Ubarana.

A forma discutida para "trabalhar" o dinheiro - forma como tratavam o "desvio do dinheiro em benecífio próprio" - era a duplicação dos pagamentos de processos já em andamento, que eram realizados através de cheques e, posteriormente, guias de pagamento. Os valores eram repassados a contas de outras pessoas para que não houvesse a suspeita. Foi quando o marido de Carla Ubarana, George Leal, teria conseguido pessoas que disponibilizariam contas para receber os recursos.
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Sob o pretexto de acelerar pagamentos da empresa de George Leal e supostamente não ter problemas com a Receita Federal, funcionárias pessoais de Carla Ubarana e amigos de infância de George (Carlos Alberto Fasanaro e Carlos Eduardo Palhares) cederam as contas para depósitos das quantias. Segundo Carla Ubarana, o desembargador Oswaldo Cruz não sabia nas contas de quem os depósitos eram realizados.

"Ele dizia 'eu não quero saber da forma, nem do jeito que vem. Quando tiver a verba você diz qual foi o valor e a gente divide", explicou Carla Ubarana, que também recebeu depósitos em sua conta pessoal. "Eles não sabiam de absolutamente nada. Nenhum dos três. Nem Cláudia, Nem Carlos Fasanaro nem Carlos Palhares. Nunca souberam de nada, do que se tratava. Apenas por questões de amizades eles forneciam as contas", disse Carla Ubarana.
Fonte: TNOnline

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