Ainda há cerca de cinco dos 14 lotes tocados por empreiteiras paralisados nas obras do Rio São Francisco.
A solução é defendida pelo governo como alternativa para cumprir a meta de universalização do acesso a água até 2016, e também utilizada como escudo para rebater as críticas de falta de investimentos no semiárido brasileiro. Porém, segundo o cientista social Roberto Malvezzi, o projeto para depositar água nos grandes açudes não vai sequer chegar à população que mais precisa, no agreste. Somente 4% do total de água está previsto para a chamada população difusa.
O projeto do rio São Francisco prevê 70% da água para irrigação, turismo e para a criação de camarões para exportação. Outros 26% serão para abastecer o meio urbano, onde estão as indústrias. Para João Suassuna, pesquisador da Fundação Joaquim Nabuco, as obras só atendem os interesses de grandes produtores. "O restante da população continuará sendo assistida por carros-pipa", vaticinou.
O especialista em recursos hídricos explica que o Nordeste tem um número grande de água represada, mas a população não tem acesso. "Não há medidas efetivas no Nordeste para que essa água existente chegue às torneiras. Entra governo e sai governo, não resolvem", critica.
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