Embora a ex-governadora Wilma de Faria (PSB) tenha decidido não disputar a prefeitura de Natal para apoiar a pré-candidatura do ex-prefeito Carlos Eduardo (PDT), divergência de última hora poderá causar uma turbulência na aliança entre o PSB e o grupo de partidos fechados em torno do projeto do pedetista, formado por PDT, PCdoB, PSD, PPS e PPL. Os partidos não se entenderam ainda quanto à aliança proporcional. O conflito de interesses na disputa por vagas na Câmara Municipal de Natal (CMN) poderá causar um racha na coligação.
Em entrevista a'O Poti/Diário de Natal, no último domingo, Wilma afirmou que a manutenção da aliança majoritária na proporcional já havia sido acertada. "Ficou fechada essa decisão. Formaremos aliança na majoritária e na proporcional. Será uma só composição. Um dos itens mais importantes na nossa conversa, entre PDT e PSB, foi manter também a aliança da majoritária na proporcional", declarou. No entanto, Carlos Eduardo afirmou ontem que a decisãoserá revista.
De acordo com o ex-prefeito, o fechamento da aliança majoritária também na proporcional ocorreu no momento que antecedeu a votação da sua prestação de contas referente ao exercício financeiro do ano de 2008 na Câmara. Na ocasião, dois dos cinco vereadores pessebistas votaram pela desaprovação, apesar de o partido ter orientado sua bancada a votar a favor da aprovação. O posicionamento dos parlamentares foi decisivo para que Carlos Eduardo tivesse as contas rejeitadas. Por causa disso, a candidatura dele poderá ser impugnada pela Justiça Eleitoral, devido à Lei da Ficha Limpa.
Segundo o ex-prefeito, o posicionamento dos vereadores Bispo Francisco de Assis (PSB) e Adenúbio Melo (PSB), que apresentaram dissidência da decisão do partido, provocou uma reavaliação do quadro na coligação encabeçada por ele. "A composição proporcional ainda está indefinida. Só tomaremos uma decisão em relação a isso na semana que vem. Houve um fato novo que foi a dissidência de dois vereadores do PSB. Tudo será revisto e analisado na quarta ou quinta-feira da próxima semana", declarou o ex-prefeito.
A aliança com o PSB é temida pelos partidos que conquistam bancadas com a estratégia do voto de legenda, como PCdoB e o próprio PDT, presidido no estado por Carlos Eduardo. Atualmente, os dois partidos possuem um parlamentar cada: George Câmara (PCdoB) e Sargento Regina (PDT). Ambos foram eleitos com a estratégia da legenda. Numa aliança com o PSB, em 2008, não teriam conquistado o mandato. A chapa pessebista, que tem cinco vereadores buscando reeleição, é vista como congestionada.
Na última eleição, o PT perdeu as duas cadeiras na Casa devido à composição proporcional com os pessebistas, que elegeram sete vereadores. Sem aliança com outras siglas, o PSB pode ver sua representação na Casa reduzida. Em contato com a reportagem, Wilma de Faria disse que desconhece a posição de Carlos Eduardo externada nesta reportagem. Ela afirmou que a repetição da aliança majoritária na chapa proporcional foi o ponto mais importante para o fechamento do acordo. Ela frisou que só se posicionará sobre a questão depois que conversar com Carlos Eduardo sobre isso.
PCdoB
Devido à possibilidade de perder a única vaga que tem na Câmara se firmar coligação com o PSB, o PCdoB poderá abandonar a aliança em torno do nome de Carlos Eduardo para apoiar a pré-candidatura do deputado estadual Fernando Mineiro (PT). As conversas neste sentido já começaram. O pedetista tentará achar um denominador comum para agregar os interesses de todas as legendas que declararam apoio ao seu projeto. A tarefa requer engenharia política.
Fonte: DN Online
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