O massacre empreendido por um soldado americano, neste domingo (11), que levou a morte 16 afegãos, destes 9 crianças e 3 mulheres, reacendeu nos Estados Unidos o debate sobre a retirada de suas tropas do Afeganistão em 2014.
Segundo informações da imprensa Afegã, ao todo foram 16 civis mortos e 6 com ferimentos graves. Após uma década de guerra e em meio a tensões crescentes entre Cabul e Washington.
Em nota à imprensa, o presidente afegão Hamid Karzai exigiu uma explicação de Washington e disse que oi ataque se configura como “um ato desumano e intencional”. Ele também deixou claro que por se tratar de um assassinato intencional de civis inocentes o ato não será esquecido.
O Afegão Jan Agha, de 20 anos, que sobreviveu ao ataque, denunciou à Agência Reuters que eram mais de um soldado. “Vários soldados entraram em casa e ficaram em silêncio. Permaneci no chão, fingindo estar morto”, relata o sobrevivente.
Em declaração à imprensa nesta segunda-feira (12), o presidente Barack Obama disse que “o episódio é trágico e chocante, e não representa o caráter excepcional de nossos militares nem o respeito dos Estados Unidos ao povo do Afeganistão”.
Mas o massacre, ocorrido em Kandahar, feudo talibã do sul do Afeganistão, já despertou numerosos questionamentos sobre a viabilidade da missão dos Estados Unidos no Afeganistão.
"Há algo profundamente errôneo na maneira pela qual percebemos toda a região e acho que vai piorar", estimou Newt Gingrich, ex-presidente da Câmara de Representantes e um dos quatro pré-candidatos republicanos às eleições de novembro.
Mesmo com todos os conflitos, o senador republicano Lindsey Graham, explicou domingo (11) ao canal ABC que mesmo com a saída dos americanos do Afeganistão, Washington deveria manter suas bases aéreas e unidades de forças especiais, para assegurar-se de que o Talibã não se reforce e que a Otan continue envolvida com a segurança do país depois de 2014".
Mas as relações entre Washington e Afeganistão estão num ponto crítico. Essa não é a primeira provocação contra o povo afegão este ano.
Em janeiro soldados americanos urinaram em corpos de militantes do Talibã. Em fevereiro, os soldados americanos queimaram cópias do Alcorão na base de Bagram, ação que desencadeou a morte de 35 afegãos. Além disso, foram registrados dois confrontos sanguinários em seguida à queima do Alcorão, com vários assassinatos.
Em Cabul, o presidente Karzai disse que "quando há afegãos que morrem deliberadamente pelas mãos das forças americanas, trata-se de um ato de assassinato, terrorista e imperdoável.
Em nota o governo americano deixou claro que os soldados americanos e de outros países membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) darão por concluída a missão no Afeganistão no final de 2014. Washington tenta treinar as forças de segurança afegãs para que possam se revezar na segurança do país.
Com agências
Apud P. Vermelho
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