segunda-feira, 12 de março de 2012

Espanhóis protestam contra reforma e reafirmam greve


A indignação com a proposta de reforma trabalhista em discussão no Parlamento da Espanha levou neste domingo (11) milhares de manifestantes às ruas de várias cidades do país. Com palavras de ordem, eles pediram justiça e eficiência. Os manifestantes levavam bandeiras vermelhas, de sindicatos e faixas com slogans e críticas ao governo.


Milhares de pessoas protestam contra a reforma laboral / Fonte: Reuters

As principais entidades sindicais da Espanha, a Comissão Operária (CCOO) e a União Geral dos Trabalhadores (UGT), convocaram as manifestações em 60 cidades. No próximo dia 29, haverá uma greve geral, promovida pelas duas entidades.


O secretário-geral da UGT, Colin Campbell, disse que as medidas adotadas pelo governo para resolver a crise econômica mundial não são temporárias. "O governo tem feito um uso imoral da crise para acabar com tudo".

"Esta é uma reforma que não vai criar postos de trabalho, por isso não se justifica", disse a manifestante Marta Lois, de 39 anos, acrescentando que "eles estão cortando os nossos direitos como nunca antes."

O professor aposentado Antonio Martinez, de 64 anos, participou do protesto em Madri. Ele levava uma faixa com a seguinte inscrição: "Para os nossos netos não se tornarem escravos".

Já em Barcelona, milhares de pessoas atravessam o centro da cidade, invocando os lemas "Nem reforma laboral, nem cortes", "Resistir às reformas do PP", "Chamam-lhe crise, mas é capitalismo".

A convocação dos protestos tinha gerado certa polêmica, já que coincidiu com o aniversário dos atentados de 2004 contra quatro comboios da rede ferroviária de Madri, que deixaram 191 mortos, no pior ataque terrorista já ocorrido na Europa. A maior parte das manifestações foi então precedida por cerimônias que marcaram o oitavo aniversário dos atentados.

O atentado contra os trabalhadores
Pela proposta aprovada pelo governo e em discussão no Parlamento, a reforma trabalhista torna as leis contratuais mais flexíveis. As medidas permitirão, por exemplo, que as empresas espanholas refaçam acordos coletivos, tenham mais flexibilidade para ajustar horários, tarefas e salários dos empregados, além de baratear as demissões.

É a terceira proposta de reforma trabalhista apresentada pelo governo espanhol. O desemprego na Espanha afetou 22,85% da força de trabalho no fim de 2011. Essa taxa é quase três vezes maior do que a de 2007, quando o desemprego atingiu 7,95 por cento.

A decisão dos sindicalistas de promover a paralisação geral ocorreu após uma sessão tensa no Congresso Nacional da Espanha, quando integrantes do Partido Popular (PP) criticaram a proposta de contenção de custos trabalhistas apresentada pelo governo.

Para as entidades sindicais, a proposta em discussão, se executada, pode levar à redução dos salários, à precarização dos empregos e ao aumento da desigualdade econômica e social, gerada pelo empobrecimento da população. Segundo os sindicalistas, a proposta retira direitos adquiridos pelos trabalhadores ao longo dos anos.

A Espanha viveu recentemente manifestações tensas. A maior delas foi no último dia 19, quando os manifestantes saíram às ruas em 57 cidades. A reforma trabalhista foi aprovada pelo governo no último dia 10.

Com agências

Apud P. Vermelho

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