Com os russos fora das ruas, preparando o que promete ser o maior protesto político dos últimos 20 anos no país, a repressão às manifestações contra as fraudes na eleição de domingo (4) chegou à internet. No Facebook, mais de 60 mil já confirmaram presença nas marchas que se espalharão pelo país, com destaque para Moscou. Mas no Twitter os manifestantes foram surpreendidos por uma avalanche de comentários que prejudicaram o funcionamento do microblog.
Russas são presas ao protestarem contra as fraudes de Putin
Com base no conteúdo das mensagens, especialistas apontaram indícios de que os tweets foram enviados automaticamente por computadores invadidos por hackers. Segundo ativistas russos, milhares de contas no Twitter estavam sendo usadas para abafar os verdadeiros opositores do governo de Vladimir Putin e Dmitri Medvedev, que usou policiais e militares para conter protestos nas ruas de diversas cidades, entre segunda e quarta-feira.
De acordo com o Maxim Goncharov, da empresa Trend Micro, citado pela rede britânica BBC, o aparente ataque ao Twitter levou à publicação de uma mensagem pró-governo a cada dez segundos. A velocidade sugere que estavam sendo postadas automaticamente, por meio de computadores atingidos por vírus.
O pesquisador Brian Krebs disse que ativistas perceberam que milhares de contas estão sendo usadas para atrapalhar conversas baseadas em hashtags criadas pelos manifestantes. Ainda segundo a BBC, o governo russo também teria pedido à rede social VKontakte para bloquear conversas entre ativistas. A empresa teria sido procurada pelo Serviço de Segurança Federal da Rússia.
Seminuas protestam
Enquanto os russos se preparam para o grande protesto em diversas cidades, as forças de segurança voltaram a entrar em ação. Desta vez, o alvo foi um pequeno grupo: ativistas da ONG ucraniana Femen, conhecidas por protestar contra diversas causas usando pouca roupa, enfrentaram o frio do fim do outono russo para se somar aos protestos e acabaram detidas.
As mulheres escolheram a Catedral do Cristo Salvador, na capital russa, como palco da manifestação. Exibindo cartazes com frases como "Deus, afaste o rei", as ativistas pediam que o primeiro-ministro Vladimir Putin encerrasse suas atividades políticas.
Alvo de condenações por parte de diversos líderes e organizações que questionaram a condução da eleição, o governo de Putin e do presidente Dmitri Medvedev autorizou a realização da manifestação de sábado em Moscou, mas determinou que o protesto ocorra em uma praça distante do Kremlin.
Ativistas já disseram que pretendem se aproximar da sede do governo. "Esperamos que esse se torne o maior protesto político em 20 anos", afirmou Ilya Ponomaryov, advogado que é um dos líderes do movimento de oposição Frente Esquerda.
O vice-prefeito de Moscou, Alexander Gorbenko, avisou que qualquer marcha realizada após a manifestação autorizada na capital será parada pela polícia. O recado aumenta os temores de que policiais e manifestantes protagonizem novas cenas de violência. A polícia reprimiu manifestações que se repetiram entre segunda e quarta-feira, quando quase mil pessoas foram presas.
Proteção para jornalistas
Repórteres também foram alvo da repressão, levando a Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE) a cobrar que o governo garanta proteção aos jornalistas. Cerca de 20 profissionais que cobriam as manifestações foram detidos.
"A função da polícia é proteger os jornalistas, não ameaçá-los ou prende-los", afirmou, em comunicado, Dunja Mijatovic, da OSCE. "As autoridades russas devem investigar todos esses incidentes e garantir que os responsáveis sejam processados", acrescentou ele, em relação às prisões de jornalistas.
A eleição do dia 4 representou um revés para o Rússia Unida, partido do governo, que perdeu a maioria de dois terços na Câmara, mas se manteve com a maior parte dos assentos. Ativistas dizem que o resultado teria sido ainda pior para a legenda caso o governo não tivesse promovido fraudes a seu favor.
Com agências
Apud P. Vermelho
De acordo com o Maxim Goncharov, da empresa Trend Micro, citado pela rede britânica BBC, o aparente ataque ao Twitter levou à publicação de uma mensagem pró-governo a cada dez segundos. A velocidade sugere que estavam sendo postadas automaticamente, por meio de computadores atingidos por vírus.
O pesquisador Brian Krebs disse que ativistas perceberam que milhares de contas estão sendo usadas para atrapalhar conversas baseadas em hashtags criadas pelos manifestantes. Ainda segundo a BBC, o governo russo também teria pedido à rede social VKontakte para bloquear conversas entre ativistas. A empresa teria sido procurada pelo Serviço de Segurança Federal da Rússia.
Seminuas protestam
Enquanto os russos se preparam para o grande protesto em diversas cidades, as forças de segurança voltaram a entrar em ação. Desta vez, o alvo foi um pequeno grupo: ativistas da ONG ucraniana Femen, conhecidas por protestar contra diversas causas usando pouca roupa, enfrentaram o frio do fim do outono russo para se somar aos protestos e acabaram detidas.
As mulheres escolheram a Catedral do Cristo Salvador, na capital russa, como palco da manifestação. Exibindo cartazes com frases como "Deus, afaste o rei", as ativistas pediam que o primeiro-ministro Vladimir Putin encerrasse suas atividades políticas.
Alvo de condenações por parte de diversos líderes e organizações que questionaram a condução da eleição, o governo de Putin e do presidente Dmitri Medvedev autorizou a realização da manifestação de sábado em Moscou, mas determinou que o protesto ocorra em uma praça distante do Kremlin.
Ativistas já disseram que pretendem se aproximar da sede do governo. "Esperamos que esse se torne o maior protesto político em 20 anos", afirmou Ilya Ponomaryov, advogado que é um dos líderes do movimento de oposição Frente Esquerda.
O vice-prefeito de Moscou, Alexander Gorbenko, avisou que qualquer marcha realizada após a manifestação autorizada na capital será parada pela polícia. O recado aumenta os temores de que policiais e manifestantes protagonizem novas cenas de violência. A polícia reprimiu manifestações que se repetiram entre segunda e quarta-feira, quando quase mil pessoas foram presas.
Proteção para jornalistas
Repórteres também foram alvo da repressão, levando a Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE) a cobrar que o governo garanta proteção aos jornalistas. Cerca de 20 profissionais que cobriam as manifestações foram detidos.
"A função da polícia é proteger os jornalistas, não ameaçá-los ou prende-los", afirmou, em comunicado, Dunja Mijatovic, da OSCE. "As autoridades russas devem investigar todos esses incidentes e garantir que os responsáveis sejam processados", acrescentou ele, em relação às prisões de jornalistas.
A eleição do dia 4 representou um revés para o Rússia Unida, partido do governo, que perdeu a maioria de dois terços na Câmara, mas se manteve com a maior parte dos assentos. Ativistas dizem que o resultado teria sido ainda pior para a legenda caso o governo não tivesse promovido fraudes a seu favor.
Com agências
Apud P. Vermelho
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