segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Cavalgada resgata cultura nordestina



Das inúmeras nuances da cultura popular, a vaquejada é uma das que mais representa a figura do sertanejo nordestino. Na manhã deste domingo (4), cerca de 200 homens e mulheres vestiram suas botas e selaram seus cavalos para reverenciar os vaqueiros do Rio Grande do Norte e do Nordeste, resgatando parte da história daqueles que enfrentam secas, derrubam bois bravios em competições e não dispensam um bom forró pé de serra "num terreiro de chão batido". A 9° edição da Cavalgada de São José de Mipibu contou ainda com a pega de boi no mato e a missa do vaqueiro. O evento se encerra hoje à tarde com a vaquejada feminina, às 15h, na fazenda onde é realizado o Forró da Lua, município de São José de Mipibu.
 
O organizador do Museu do Vaqueiro e idealizador da Cavalgada, Marcos Lopes, ressaltou que o evento é uma forma de ressaltar o valor dos vaqueiros para a história do Nordeste e do Rio Grande do Norte. Na concentração, no início da manhã deste domingo, os vaqueiros, cavalgadores e convidados puderam desfrutar de uma farta mesa com iguarias tipicamente sertanejas: queijo de coalho, munguzá, beju, cuscuz, tapioca, café e leite. De acordo com Marcos Lopes, a cavalgada é realizada sempre no primeiro domingo de dezembro pois o tempo quente proporciona o aspecto do sertão nordestino ao espaço no qual acontece a programação.

A arquiteta Flávia Melo foi uma das primeiras a chegar à concentração montada em seu cavalo. Com esporas devidamente ajustadas à sua bota e de chicote em mãos, ela afirmou que cavalgar é uma paixão antiga. "Desta cavalgada eu participo há cinco anos. Mas ando a cavalo desde criança. Minha irmã e eu temos cavalos e sempre que podemos, participamos", destacou. Enquanto os vaqueiros e demais participantes da cavalgada se arrumavam para a foto oficial do evento, uma charrete com uma caisa de som animava a festa com músicas de Luiz Gonzaga, ídolo musical da maioria dos sertanejos nordestinos.

Devidamente vestido como um autêntico vaqueiro do sertão, com calças, jaqueta, luvas e chapéu de couro, João Avelino de Almeida Rego, 60 anos, participava pela primeira da cavalgada em São José de Mipibu. "Meus amigos me convidaram e eu vim de Pau dos Ferros para prestigiar o evento. É uma alegria muito grande estar aqui", comentou. Um dos pontos altos das festividades na manhã ensolarada deste domingo (4), foi a missa presidida pelo Padre Matias. Vaqueiros, cavalgadores e convidados assistiram à cerimônia realizada num pátio de vaquejada. 

Padre Matias usou uma jaqueta e chapéu de couro pertencentes ao cantor e compositor Dominguinhos. "A essência da celebração não muda. O sacramento pelo qual agradecemos a Deus é o mesmo. Neste contexto de vaquejada, as indumentárias, as sanfonas, valorizam a cultura nordestina e o ambiente que remete à vaquejada", explicou. Uma orquestra de sanfonas formada por crianças fez o acompanhamento musical da celebração e emocionou o público presente.

Fonte: TNOnline

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