quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

10% da população natalense vive em condições sub-humanas

Dos 802.128 habitantes da capital, dez por cento viviam no ano passado em favelas, vilas, comunidades e áreas similares. Em 2010, segundo dados divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 80.744 moradores da capital residiam em áreas de ocupação irregular e carência de recursos públicos ou urbanização, como saneamento básico e coleta regular de lixo. O percentual é maior do que a média estadual (2,74%), da região Nordeste (6%) e do país (também 6%). As informações foram coletadas no Censo Demográfico do ano passado, que identificou 22.561 domicílios dentro de áreas consideradas precárias nas comunidades chamadas pelo IBGE de aglomerados subnormais. 


Capital supera as médias do RN , NE e do Brasil dos que vivem em aglomerados Foto:Ana Amaral/DN/D.A Press
Em todo o Estado, são 86.718 pessoas vivendo em condições precárias. O Rio Grande do Norte tem 46 dos 6.329 assentamentos irregulares existentes no país, conhecidos como favelas, invasões, grotas, baixadas, comunidades, vilas, ressacas, mocambos, palafitas, entre outros. Aqui no Estado, Natal e Mossoró são as únicas com moradias desse tipo. "Cada uma tem características próprias. Na capital essas construções ocupam alguns morros e encostas e Mossoró concentram-se mais em áreas de invasões, nas marginais e embaixo de fios de alta tensão", explicou Tarcísio Soares, supervisor da base territorial do IBGE. Outra diferença é que em Natal muitas das construções são de alvenaria. "Mossoró apresenta barracos, normalmente pequenos".

A capital concentra o maior número de domicílios considerados aglomerados subnormais: 22.533. Mossoró aparece com 1.604 domicílios, e população residente de 5.944 habitantes. Em Natal, os aglomerados subnormais com maior número de pessoas são Aliança (10.451), Pompéia (8.946), Mãe Luíza (5.643), Aparecida (4.459) e África (4.098). Mossoró totaliza cinco aglomerados: Wilson Rosado (população de 1.805 pessoas), Santa Helena (1.573), Fio (1.528), Forno Velho (531) e Tranquilim (507).

Favelas
O IBGE ressalta que o estudo evita classificar todos os domicílios como "favelas". "É um termo pejorativo. Além disso, o IBGE faz uma análise nacional. O que é considerado favela no Rio de Janeiro é chamado de gruta em Maceió, por exemplo. Uma é no morro e outra é numa área baixa da cidade", ressaltou Soares. O instituto também considera algumas áreas que são considerados bairros compostos de aglomerados subnormais em trechos localizados. É o caso de Mãe Luíza, na Zona Leste da capital. "Essa população que vive em aglomerados subnormais são apenas uma parte daquele bairro. Ocorre o mesmo na região da Pompéia, na Zona Norte. Estabelecemos uma área a ser recenseada, e é possível que naquele setor haja residências e moradores em melhores condições, mas que se incluem na estatística", ressaltou o supervisor. 

O conceito de aglomerado subnormal foi utilizado pela primeira vez no Censo Demográfico de 1991. Ele busca retratar a diversidade de pessoas que vivem nessas condições. A publicação "Aglomerados Subnormais - Primeiros Resultados" mostra quantas pessoas vivem e quantos domicílios existem nessas áreas, algumas de suas características socioeconômicas (composição da população por sexo e idade; analfabetismo; rendimento) e os serviços públicos existentes como rede de coleta de esgoto ou fossa séptica; energia elétrica com medidor exclusivo; rede de água; e lixo coletado diretamente ou por caçamba. 
Da redação com DNOnline

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