sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Líder das Farc reitera urgência de pôr fim à guerra na Colômbia


O máximo chefe das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), Timoleón Jiménez, reiterou nesta quinta-feira (9) a urgência de achar uma solução política e humanitária que ponha fim ao conflito armado interno.


Em uma mensagem dirigida aos que saíram ou não às ruas do país há poucos dias para exigir a solução do conflito, Timoleón sustenta que qualquer acordo humanitário pode abrir as portas a um diálogo pela paz na Colômbia.
"Comovem-nos as reivindicações dos que saem à rua para exigir o intercâmbio humanitário, a solução política, o início o quanto antes das conversas", destaca.

“Ao contrário do que algumas pessoas doentes de ódio visceral pensam”, enfatiza, “não estamos morrendo de dar risada pela quantidade de manifestantes que participaram das marchas. Respeitamos muito esta pátria para isso”, afirma.

“Está claro que o mais intenso e palpitante anseio dos colombianos é a paz, enquanto da boca do presidente Juan Manuel Santos não brotam mais que ameaças de aprofundar a guerra”, manifesta.

Falam em paz; propagam a guerra

“E assim não pode ser”, acrescenta, “estamos seguros de que os milhões de colombianos atingidos pelo inverno, a negligência e a indiferença, não olham com bons olhos o crescimento da guerra”.

“É absurdo, mais de cinco milhões de deslocados, 200 mil assassinados pelos paramilitares. Uma cifra quase igual à de desaparecidos, além de centenas de fossas comuns, milhares de execuções extrajudiciais, e ainda pretende-se reforçar o fórum militar de impunidade, aponta.

Ao referir-se à recente morte de quatro prisioneiros em poder da insurgência, o líder guerrilheiro afirma que fica estremecido com esta crua realidade: "foram 14 anos conservando suas vidas no meio da hostilidade total do Estado. Almejávamos que saissem vivos", indica.

Por sua vez, expressa que estes quatro retidos representavam a esperança de que os guerrilheiros das Farc presos pelo governo fossem soltos.

"Retoma total urgência a expressão geral do clamor pela paz e a solução política, para frear em seco a perigosa irritação de quem gritam pela guerra total", conclui.
 


Farc lamenta morte de prisioneiros e responsabiliza Santos



A entrega de seis prisioneiros de guerra das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia – Exército do Povo (Farc-EP), que seria realizada no último dia 26, em Caquetá, na Colômbia, terminou de modo inesperado – com a morte de quatro prisioneiros. O fato aconteceu porque o Exército colombiano surpreendeu a ação.


A ação mal sucedida provocou a morte do coronel Édgar Yesid Duarte, do major Elkin Hernández e do intendente Álvaro Moreno, todos policiais, e do sargento José Libio Martínez, do Exército, o mais antigo prisioneiro da guerrilha, capturado em 21 de dezembro de 1997.

Na quinta-feira (1º/12), uma carta do Secretariado do Estado Maior Central das Farc-EP direcionada às mediadoras internacionais Piedad Córdoba, Lucía Topolanski, Jody Williams, Elena Poniatowska Amor, Alice Williams, Mirta Baravalle, Isabel Allende, Rigoberta Menchú, Socorro Gómez, Hermana Elsie Mongue e Ángela Jeira lamentava a morte dos quatros prisioneiros e assegurava que todos seriam libertados em resposta a pedido feito em agosto pela ex-senadora Piedad Córdoba.

"A dor não é somente dos familiares dos prisioneiros em nosso poder. O humanitarismo deve olhar, sempre, com seus dois olhos. Em sã lógica, um acordo de paz na Colômbia deve estar antecedido por uma troca de prisioneiros entre as partes combatentes porque, sem dúvida, um evento tal aplanaria o caminho do entendimento e o fim da guerra, do conflito social e armado que se prolonga por seis décadas pela intransigência estéril dos governos”, assinala a carta.

As Farc nomearam de irracional a tentativa de resgate militar por parte do exército colombiano, quando todos se direcionavam para o local onde seria feita a entrega aos mediadores/as. "Surpreende a atitude do governo colombiano, que não duvidamos, estava ciente de nossa determinação. As Farc queriam libertá-los vivos, mas o governo de Juan Manuel Santos preferiu devolvê-los mortos a seus entes queridos”, manifestaram em carta.

As Farc rechaçaram a justificativa do ministro de Defesa, Juan Carlos Pinzón, de que a operação executada pelo Exército não era de resgate, mas sim de busca. E reforçaram que a intenção era entregar com vida os prisioneiros - como feito em outros resgates - com o objetivo de abrir espaço para o diálogo e a paz.

"Acostumados a impor uma guerra sem regras, à degradação que encarnam os ‘falsos positivos’, à eliminação física do pensamento revolucionário, à criminalização da opinião e do protesto, aos massacres, às fossas comuns e ao deslocamento forçado da população, pretendem agora que se consagre o direito perpétuo à impunidade. Quem deve ser conduzido aos tribunais, é o outrora ministro dos ‘falsos positivos’ que hoje ostenta a faixa presidencial”, criticaram.

Apesar dos acontecimentos, as Farc afirmam que a luta pela paz não para. Devido à entrega dos prisioneiros não ter sido bem sucedida e em nome da memória de Alfonso Cano – máximo dirigente das Farc morto em confronto com o Exército em quatro de novembro deste ano- os guerrilheiros asseguraram que será realizada a libertação de outros prisioneiros de guerra "apesar de que alguns deles caíram na insensata tentativa de resgate militar”.

Vários resgates de prisioneiros de guerra das Farc já foram feitos com o apoio da Cruz Vermelha, de organizações de direitos humanos, como Colombianas e Colombianos pela Paz, e de países como o Brasil. Pelo menos cinco pessoas foram resgatadas com vida neste ano.



Fonte: Prensa latina e Adital
Apud P. Vermelho

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