Fazendo algumas vezes referências a Netinho de Paula, Renato defendeu que o PCdoB “tem que estar aberto para as grandes lideranças do nosso povo, para lideranças que expressam o sentimento do nosso povo”.
Em sua intervenção, o ministro Orlando Silva relatou que no ato político do 4º Congresso do PT, ocorrido nesta sexta-feira (2), a presidente Dilma Rousseff fez questão de cumprimentar os dirigentes partidários presentes na figura do presidente do PCdoB, Renato Rabelo, a quem disse respeitar muito. Orlando disse ainda que o PCdoB é “daqueles partidos que vão muito além da disputa eleitoral”, embora tenha discorrido sobre a importância dos processos eleitorais e do crescimento institucional do partido. “É um partido permanente, de ideias, estratégico, que luta por um projeto junto com, outros partidos e junto com organizações de todo o mundo”.
Lideranças como a presidente estadual do partido, Nádia Campeão, o deputado estadual e possível candidato a prefeito de Jundiaí, Pedro Bigardi, e o recém filiado ex-prefeito de Campos do Jordão, João Paulo Ismael, foram homenageados pelas lideranças que falaram durante o ato. O vereador Jamil Murad e o deputado federal Aldo Rebelo também foram citados algumas vezes. Bem humorado, João Paulo Ismael brincou: “acho que terei que aumentar as minhas idéias, porque o partido está crescendo muito mais alto”.
Após a fala de lideranças do partido como o vereador e provável candidato a prefeito de São Paulo Netinho de Paula, o ministro Orlando Silva, o vereador Jamil Murad e os deputados federais Aldo Rebelo e Protógenes de Queiroz, além de lideranças dos movimentos sociais e representantes dos quatro partidos que prestigiaram o ato, Renato Rabelo saudou cada integrante da mesa, comentando a contribuição de cada um ao país e informou que o PCdoB pode alcançar 2 mil conferências municipais neste processo de 2011 e que as notícias são de que elas têm superado as metas de mobilização definidas pelo partido.
Um partido de grandes causas
“Nosso partido é um partido empenhado nas grandes causas, que cresce diante dos grandes desafios”, iniciou Renato. O presidente nacional do PCdoB falou sobre o centro político do PCdoB, que é a construção do projeto de nação que criará as condições um terceiro salto civilizatório na história do país, como propõe o programa aprovado pelo 12º Congresso da organização.
Renato falou sobre a crise que atravessa o sistema capitalista, classificando-a como sistêmica e profunda, dizendo que se trata de uma grande oportunidade. “Como disse a nossa presidenta Dilma ontem no Congresso do PT, é uma oportunidade para que o Brasil possa se tornar em um país mais desenvolvido, em uma grande nação, uma nação respeitada, privilegiada. Este é o nosso desafio, nossa grande causa: tonar o Brasil uma grande nação no contexto mundial”, afirmou Renato. Para ele, o país já tem base material e povo para isso, “precisa ter o caminho justo”, completa, dizendo que o PCdoB deve contribuir Exatamente com a construção desse caminho, ou seja, com o projeto de desenvolvimento do país.
As lideranças do PCdoB, na opinião de Renato Rabelo, devem defender um projeto avançado, não podem ter uma visão imediatista. “Para construir uma grande nação democrática, soberana, com justiça social, solidária, que promova a integração sobretudo com os países da América Latina, é preciso um pensamento avançado, não pode ser um pensamento curto, limitado, de varejo. O PCdoB pode dar uma grande contribuição neste sentido, pois é um partido das idéias, da ciência, dos trabalhadores, da juventude e das mulheres”, defendeu o dirigente.
Terceiro passo civilizacional
Renato falou dos dois passos civilizacionais que o PCdoB identifica na história do país. O primeiro é composto por um conjunto de grandes feitos: a Independência, a Abolição e a constituição da República. O segundo teve início na Revolução de 1930 e contou com papel destacado do ex-presidente Getúlio Vargas. “Cabe dar o terceiro passo civilizacional, que é a transição ao socialismo”, defendeu Renato Rabelo. “É preciso viabilizar o projeto nacional de desenvolvimento como transição para uma sociedade mais avançada”, completou.
O presidente do PCdoB disse ainda que “isso não pode ser feito por um único partido”, e passou a valorizar a aliança como “categoria política essencial” para o partido. Renato relatou, ainda, que a relação com o Partido dos Trabalhadores (PT) é de “respeito mútuo”, lembrando que tal aliança existe desde 1989 e destacando que tem sentido estratégico. Em seguida, disse que a relação com o PMDB também é de respeito mútuo e citou a relação que o PCdoB mantém com o vice-presidente Michel Temer. Falou ainda do bloco que o PCdoB mantém com o PSB há alguns anos na Câmara dos Deputados e citou também o PDT, fazendo referência à sua maior liderança histórica, Leonel Brizola. Por fim, citou ainda o PSC e o PRB, último partido do vice-presidente José Alencar, morto em 29 de março deste ano.
Eleições 2012
Já no fim da sua intervenção, Renato disse que o PCdoB lançará candidatos majoritários em capitais e cidades médias. Segundo Rabelo, duas candidaturas já têm apoio “logo de saída” do ex-presidente Lula: a candidatura da deputada Manuela D’Ávila à prefeitura de Porto Alegre (RS) e a candidatura do também deputado federal Flávio Dino à prefeitura de São Luis (MA). Além disso, Renato incitou o plenário ao dizer que os próximos dois meses devem ser de trabalho e articulação “porque o PT pode ser vice também de Netinho em São Paulo, por que não?”, ao que completou dizendo que Lula disse admirar a liderança de Netinho e o papel que o vereador jogou na eleição da presidente Dilma Rousseff.
Por fim, o presidente do PCdoB fez uma referência aos 90 anos do partido, que serão completados no início de 2012, e repetiu: “O PCdoB cresce diante dos grandes desafios, das grandes responsabilidades, e dará a sua contribuição levando em conta os interesses desse povo e dessa nação”.
Netinho de Paula
Após o ato, Netinho de Paula declarou ao Vermelho que sua candidatura servirá “aos interesses de uma militância aguerrida, que acredita no socialismo como forma de diminuir essa desigualdade social que dura há tantos anos em São Paulo”. Disse ainda que sua candidatura pretende servir ao campo progressista, e que para isso deve construir um arco de aliança representativo, “para representar os trabalhadores no município de São Paulo”, finalizou Netinho.
Além dos parlamentares e os dirigentes partidários Nádia Campeão e Nivaldo Santana, compuseram a mesa do ato também militantes do PCdoB que atuam na UBM, na Unegro, da UEE-SP, da UJS, na Facesp, no movimento LGBT, no Cebrapaz e na CTB.
De São Paulo, Luana Bonone
domingo, 4 de setembro de 2011
PCdoB: Conferência de São Paulo põe no centro o projeto de nação
Luana Bonone
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