Forças leais a Muamar Kadafi, que através de seu porta-voz acusou a França e o Reino Unido de colonizar a Líbia, realizaram nesta sexta-feira (16) intensos combates com os grupos armados da oposição do Conselho Nacional da Transição (CNT) e os obrigaram a recuar de Sirte.
Informes provenientes dessa cidade, situada na costa mediterrânea a leste de Trípoli, indicaram que as forças do CNT tinham conseguido entrar em Sirte na quinta-feira (15).
Apesar do apoio da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), a tenaz resistência de civis e militares entrincheirados em Sirte fez com que os grupos armados anti-Kadafi recuassem de Sirte.
Algumas fontes assinalaram que o fogo de franco-atiradores foi a principal causa desse recuo, além de que entre os mais de 100 mil habitantes de Sirte há muitos com formação militar que pertenceram a brigadas de elite do governo de Kadafi.
As informações dão conta de que foram 11 mortos e 34 feridos as baixas do CNT na quinta-feira, quando seus grupos armados fizeram a primeira incursão na cidade, sem conseguir tomá-la.
Testemunhos apontaram que a maior parte dos reforços das tropas irregulares do CNT provém de Misrata, para preparar uma ofensiva coordenada que lhes permita avançar. O CNT também tem que destinar combatentes para lutar em Bani Walid, outro bastião de Kadafi em pleno deserto.
A situação militar permanece estancada em Bani Walid, 150 quilômetros ao sudeste da capital, dado que a resistência das forças leais a Kadafi também impediu que o CNT assumisse seu controle total.
O assalto de quinta-feira a Sirte coincidiu com a visita a Trípoli e Bengazi do presidente da França, Nicolás Sarkozy, e do primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, que foram levar seu apoio como potências imperialistas agressoras aos seus lacaios do CNT e reiterar o compromisso de manter a agressão da Otan.
O porta-voz de Kadafi, Mussa Ibrahim, declarou que Sarkozy e Cameron “marcaram o começo de um projeto de colonização” desta nação produtora de petróleo.
Em declarações por telefone ao canal sírio Ar Rai, Ibrahim afirmou que os dois governantes estão apressando-se para recolher os frutos da queda de Trípoli “porque obviamente temem a chegada dos estadunidenses e de outros países que desejam uma fatia do bolo”.
"Eles se apressaram a ir a Trípoli para fazer acordos secretos com os colaboradores e traidores, e para assumir o controle do petróleo e os investimentos sob o pretexto da reconstrução", acrescentou o porta-voz sem revelar de onde falava.
Sublinhou que os mandatários francês e britânico, junto aos demais membros da Otan, "falam agora da construção da Líbia por centenas de bilhões de dólares, (mas) a destruíram para reconstruí-la com o dinheiro dos líbios".
Prensa Latina
0 comentários:
Postar um comentário