Apesar da desaceleração da produção, a arrecadação de impostos bate recorde. A Receita atribui a boa perfomance a receitas extraordinárias.
A arrecadação federal foi recorde em agosto para o mês, mas o crescimento frente ao ano anterior desacelerou, mostraram dados da Receita Federal nesta quinta-feira, 22. O governo federal arrecadou R$ 74,608 bilhões em impostos e contribuições em agosto, uma alta real de 8,1% sobre igual mês do ano passado.
Em julho, a arrecadação havia crescido cerca de 20%, inflada por um recolhimento extraordinário de tributos da Vale após uma decisão judicial favorável à Receita. No mês passado, o recolhimento do Imposto de Renda caiu 1,13% na comparação anual e o da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido teve queda de 5,8%, enquanto a do Imposto sobre Produtos Industrializados ficou praticamente estável.
A arrecadação da Cofins, por outro lado, aumentou 12,1% e a do Pis/Pasep, 11,9%. No acumulado do ano, a arrecadação está em R$ 639,080 bilhões, com crescimento real de 13,26% frente aos R$ 564,253 bilhões recolhidos de janeiro a agosto de 2010. Os valores são corrigidos pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
O governo estima que até o final do ano a arrecadação vai desacelerar ainda mais, acompanhando um menor crescimento da produção industrial. "O crescimento menor da produção industrial vai ter efeito também", afirmou a jornalistas secretária-adjunta da Receita, Zayda Manatta.
A estimativa é que a arrecadação cresça este ano entre 11% e 11,5% em relação a 2010. No acumulado do ano até agosto, a expansão é de 13,26%. A Receita aposta, portanto, que a coleta federal vai cair pelo menos 1,76 ponto porcentual até dezembro.
Zayda, no entanto, não considera que essa desaceleração seja efeito das turbulências internacionais. "A arrecadação não tem sentido o efeito da crise. Até porque esse efeito não é imediato, tem uma defasagem", afirmou a secretária-adjunta, evitando dizer se o reflexo ocorrerá no ano que vem.
Receita extraordinária
O número de agosto foi elevado por uma receita extra de R$ 2,85 bilhões. Desse total, R$ 1 bilhão é referente a um depósito judicial feito por uma empresa privada, que a Receita recusou a divulgar o nome. O restante é coleta antecipada de empresas que aderiram ao programa de refinanciamento de dívidas conhecido como Refis da crise.
Zayda estimou que o recolhimento mensal com o Refis da crise ficará em torno de R$ 1 bilhão de agosto em diante. No mês passado, o recolhimento do Imposto de Renda caiu 1,13% na comparação anual e o da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido teve queda de 5,8%, enquanto a do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) ficou praticamente estável. A estabilidade no IPI tem duas explicações: a desaceleração da produção industrial e uma reestimativa em relação ao que foi arrecadado em agosto do ano passado, que inflou a base.
De janeiro a agosto, a produção industrial cresceu 1,53% frente ao mesmo período de 2010. Em julho, a alta era de 1,77%. Apesar das quedas dos outros tributos, a arrecadação da Cofins, por outro lado, aumentou 12,1% e a do Pis/Pasep, 11,9%.
No acumulado do ano, a arrecadação está em R$ 639,080 bilhões, com crescimento real de 13,26% frente aos R$ 564,253 bilhões recolhidos de janeiro a agosto de 2010. Os valores são corrigidos pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Fonte: Terra
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