A penitenciária estadual de Alcaçuz teve uma fuga em massa na noite desta quinta-feira (19). Mais de quarenta detentos fugiram da unidade prisional e houve troca de tiros durante a ação. Até o momento, apenas três criminosos foram recapturados. Membros do Governo do Estado já estão reunidos para tratar da questão.
De acordo com informações preliminares, a fuga teve início durante por volta das 20h e os detentos estavam no pavilhão Rogério Coutinho Madruga, inaugurado em 2010. Segundo o coordenador do sistema penitenciário do estado, José Olímpio, não havia agentes penitenciários no pavilhão, tampouco nas guaritas e, aproveitando a situação, o grupo de presos que estava na quadra onde é realizado o banho de sol serraram a grade e, em seguida, utilizando uma escada da estação de tratamento de esgoto localizada dentro do presídio, pularam o muro da unidade entre duas guaritas desativadas.
"Não há a confirmação. Temos a informação inicial de que foram quarenta e poucos, mas podem ter sido ainda mais", confirmou Olímpio.
O titular da Secretaria de Justiça e Cidadania, Fábio Hollanda, que assumiu a pasta na segunda-feira (16), estuda com outros membros da Sejuc e da Polícia Militar uma forma para recapturar os detentos.
De acordo com informações extra-oficiais, foram 53 detentos envolvidos na ação, sendo que 12 ficaram escondidos dentro da própria unidade e não chegaram a deixar o presídio, enquanto três foram recapturados: Tiago Roberto da Silva, Caio Souza, Everton Patrick de Melo.
O pavilhão Rogério Coutinho Madruga foi inaugurado pela primeira vez em 2010, ainda na gestão do então secretário de Justiça e Cidadania Leonardo Arruda. Contudo, a unidade, que fica localizada na lateral do pavilhão 4 de Alcaçuz, foi interditada menos de um mês após a inauguração devido a falta de estrutura. A unidade voltou a receber detentos em outubro de 2011.
Fuga é a maior da história de Alcaçuz
No dia 5 de novembro de 2000, 28 presos escaparam da unidade durante resgate ousado realizado pelo bando de Valdetário, onde armas de grosso calibre foram utilizadas para garantir a fuga. Além do assaltante, também foram libertados criminosos como Cimar Carneiro, primo de Valdetário, e o assasino, sequestrador e estelionatário Benito Muradás. Na ação do bando, apenas um sentinela fazia a vigilância, um soldado da PM foi baleado e ficou ferido com gravidade, dois agentes carcerários foram feitos reféns e o governador Garibaldi Filho exonerou o então diretor do presídio, Ricardo Roland.
O ex-diretor, à época, justificou que "da maneira como se deu o resgate, aconteceria em qualquer unidade prisional". No entanto, o delegado Maurílio Pinto, que ocupava o cargo de subcoordenador de operações da Secretaria de Segurança, disse que houve negligência por parte da direção do presídio. "Todo o plano era de conhecimento da polícia. Inclusive, que o resgate de Valdetário seria em um fim de semana", explicou Maurílio Pinto logo após a fuga de Valdetário Carneiro, morto em 10 de dezembro de 2003 durante ação da polícia.
Já na fuga de ontem, novo "recorde" do presídio, 41 homens escaparam da penitenciária por volta das 20h, sendo que três deles foram recapturados durante a madrugada. Durante a ação, no entanto, não houves disparos e a fuga só teria sido descoberta na madrugada desta sexta-feira.
Até o momento, de acordo com informações extra-oficiais, 38 detentos permanecem foragidos. A Polícia Militar intensificou as fiscalizações por toda a cidade, disponibilizando, inclusive, o helicóptero Potiguar I para as buscas aos apenados.
0 comentários:
Postar um comentário