Aconteceu há cerca de 45 dias, mas segundo a polícia o caso vem se repetindo com frequência, e deve ter acontecido muitas vezes de lá para cá, sem que ninguém tenha registrado, nem mesmo a imprensa. Uma professora aposentada, de 62 anos, foi vítima de um golpe praticado por um quadrilha que vem agindo principalmente na zona Sul de Natal. O prejuízo? Nada mais, nada mesmo que R$ 50 mil. Os nomes das vítimas são fictícios, já que a quadrilha continua solta. Mas a história é bem verdadeira. A professora Maria Ribeiro caminhava próximo na avenida Gustavo Neves (a do Conjunto dos Professores que termina na avenida de Ponta Negra), perto de onde mora, quando foi abordada por um idoso, com jeito de gente do interior. "Ele se mostrava meio ingê-nuo, meio matuto, dizendo que era de Santo Antônio do Salto da Onça", explicou Vitor Ribeiro, filho da professora. Idoso aplica golpe contra professora no Conjunto Universitário
As imagens internas da agência bancária mostram quando os bandidos acompanhavam a professora
O idoso pedia informação sobre um "doutor" que morava ali perto. A professora, penalizada, se dispôs a ajudar. Mais ainda porque o homem se dizia da mesma cidade que ela. Papo vai, papo vem, o senhor de idade foi enrolando a professora e obtendo informações dela, até que um rapaz mais novo, alto, arrumado, apareceu. "Ele também se dispôs a ajudar o idoso, sendo que os dois eram da mesma quadrilha", disse Vitor.
Com o típico papo do bandido, ambos continuaram envolvendo a professora, que de repente, já estava no carro do rapaz mais novo, procurando o tal "doutor", que nem existia. Na conversa, os criminosos continuam absorvendo informações da vítima. Até que o papo, que antes era amistoso, começa a mudar. "É difícil explicar. Eles não mostram arma, mas absorveram a informação que ela tinha um único filho, e começaram a dar a entender que tinham me sequestrado", disse o filho da vítima, que no dia estava viajando.
Nisso, o celular da professora Maria já estava com os bandidos. Diziam para ela que estavam em poder de Vitor, e que se ela fosse "uma pessoa boa", devolveriam o rapaz. Começava aí o drama da mulher. Rodaram com ela muito tempo, deixaram-na confusa. Não faziam ameaças diretas, mas apertavam-lhe o braço disfarçadamente. Os dois bandidos fizeram com que ela fosse na agência da Caixa Econômica Federal de um shopping e sacasse sua poupança. Cerca de R$ 30 mil.
"Diziam a ela que fosse direto, que se alguém perguntasse o motivo do saque, que era para uma urgência", explicou Vitor. A mulher de tão apavorada fez o saque, não percebendo que era um blefe.
Depois de lá, passaram em um caixa do Banco do Brasil e sacaram mais mil reais. E ainda fizeram um empréstimo eletrônico de R$ 15 mil em nome da aposentada, tendo feito o saque logo em seguida, na agência do Centro Administrativo. "Fizeram tudo isso sem sacar uma arma, só apavorando minha mãe", contou o filho.
A mulher foi deixada logo depois dos saques, na avenida Prudente de Moraes, em Candelária. Ligou para o filho e ambos foram no mesmo dia prestar queixa na delegacia de Defraudações no Alecrim. "Só que a Delegacia trocou de titular várias vezes, e a investigação está parada. Soubemos que houve vários golpes parecidos, todos na Zona Sul", contou Vitor Ribeiro. Além do prejuízo pelo dinheiro da poupança, os bandidos deixaram para a mulher 72 prestações de R$ 800, do empréstimo que foi obrigada a fazer, e um grave pro-blema de saúde. "Minha mãe está fazendo tratamento psicológico. Está arrasada com o que houve", disse. O rapaz deseja agora a saúde da mãe, e que a polícia decida investigar o caso.
0 comentários:
Postar um comentário