quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Policiais Federais querem reestruturação da carreira



Presidente do Sinpef, Odilon Benício, disse que os policiais não querem aumento, mas reestruturação salarial e reposição de pessoal.



Em greve há quase 30 dias, policias federais seguem com as demandas de reestruturação da corporação e aumento de efetivo. Para falar sobre estes e outros problemas, como os excessos de atribuições, situação dos profissionais, Jornal 96 ouviu nesta quarta-feira (5), o presidente do Sindicato dos Policiais Federais do Rio Grande do Norte (Sinpef), Odilon Benício. 


Sobre os motivos para se continuar a greve mesmo após boa parte dos servidores públicos terem acatado o aumento de cerca de 15%, o policial é objetivo: “Nós não estávamos e não estamos lutando por aumento. Nós queremos que o governo respeite o que foi acertado a 10 anos, que respeita a Lei 9296, que eleva nossa categoria ao nível superior, que faça a reestruturação como foi previsto em Lei”, esclarece.
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O presidente Odilon Benício destaca que hoje a corporação passa por um momento crítico com a falta de pessoal. Segundo ele, o excesso de atribuições, as pressões de setores dos governos, da justiça, além da população trazem consequências perigosas aos Policiais Federais. “Hoje nós temos um número de suicídios muito alto dentro da Polícia Federal. Vocês não sabem, mas cerca de 200 policiais saem da corporação todos os anos. Então, uma carreira tão cobiçada como é vendida nos concursos, anda com problemas sérios”, esclarece.

Odilon Benício afirma que há falta de efetivo, consequentemente, há uma série de problemas a partir disso. “há 10 anos nós tínhamos mais policiais do que temos hoje. Em 1994, nós contávamos com 17 homens e hoje temos 5. E são esses cinco policiais que fazem o trabalho dos 17, sem falar que nos últimos anos as atribuições do policial federal só tem aumentado” explica.
Gerlane Lima

Quando questionado sobre o porquê os policias estão se suicidando, o presidente explica “A nossa atividade tem uma carga emocional muito intensa. É a certeza que vai trabalhar e pode não voltar, são pressões do governo, dos juízes, da população que espera por respostas de crimes. Além disso, como disse anteriormente, há um número de atribuições maior e o número de policias bem menor. Olha, nos últimos três meses, cinco policiais cometeram suicídio e 18 estão sob acompanhamento, e isso eu falo de policiais de Brasília. Então, é preciso ter uma cabeça muito boa”, argumenta. 

O policial alerta que a falta de condições leva os policiais a se entregarem ao alcoolismo. Segundo ele, a falta de acompanhamento e desvalorização tem como consequência a busca por válvulas de escape como a bebida. 

Em relação à emissão dos passaportes, o presidente do Sinpef/RN explica que os documentos continuam sendo emitidos, mas só em caso de urgência. Segundo ele, o número diminui porque a própria população deixa de procurar o serviço por saber que há o movimento grevista. Odilon Benício explicou também sobre a atuação dos policiais federais no Aeroporto Augusto Severo. De acordo com ele, os dois policiais continuam com as operações no aeroporto, mas o número não permiti maiores apreensões porque é insuficiente. “É cobrir um santo e descobrir outro, se houvesse mais policiais tenha certeza que o número de apreensões seria bem maior”, afirma.

No tocante ao aceite de outras categorias da Polícia Federal como os Delegados, o presidente do Sinpef/RN explica “Eles são de outras classes, nós, os EPAs, não queremos aumento, nós negociamos com aumento zero. O que queremos é a reestruturação da carreira e salarial, além da reposição do aumento”. Sobre a possibilidade do fim do movimento grevista, o Polícia é objetivo “O movimento acaba quando o governo quiser. É só o governo começar a negociar, apresentar uma proposta que nós vamos voltar às atividades. Mas sabemos que o governo não negocia”, argumenta.

Fonte: Nominuto.com

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